Comunidade Geraizeira Água Boa II, Rio Pardo de Minas - MG, 2018

Esta foto foi feita na Chapada do Areião, área da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras, na comunidade Água Boa II. Parte da chapada havia sido desmatada para o plantio de eucalipto. Este processo foi interrompido pela luta dos geraizeiros da comunidade, mas ainda é possível ver a terra rubra remexida e, ao horizonte, uma grande plantação de eucalipto, uma lembrança do que está planejado para a região.
A monocultura de eucalipto é uma das maiores ameaças às comunidades geraizeiras. Conhecido como “deserto verde”, os campos de eucalipto trazem o desmatamento da mata nativa e o intensivo uso de agrotóxicos para viabilizar seu plantio, o que já polui o solo antes mesmo das árvores serem formadas. O eucalipto, assim como o pinus e outras plantas não nativas do Cerrado, consome muita água. Sobretudo a variedade utilizada no Brasil, de crescimento rápido e voltada para a produção de celulose e carvão. No contexto da complexa e importante rede hídrica do Cerrado, onde a maior parte da água fica no subsolo, armazenada em lençóis freáticos, as monoculturas de eucalipto causam um impacto direto, resultando no secamento de rios e mortes de nascentes. Como consequência dessa produção, ocorre o esgotamento do solo, o deixando infértil para plantio futuro.
O eucalipto plantado no norte mineiro é usado majoritariamente na produção de carvão vegetal. A indústria da carvoaria está frequentemente associada a denúncias de trabalhadores em situação análoga à escravidão em Minas Gerais.
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