Comunidade Vazanteira de Pau Preto em Matias Cardoso - MG , 2015

Saída da escola. Correria.
Dessa corrida até suas casas, algumas das crianças andariam e outras ainda embarcariam no ônibus escolar, passando por estradas de terra e areia. 
Nessa mesma tarde, eu tomei café com a família de Thaislaine, a menina à direita na fotografia. Enquanto seus pais conversavam com meus colegas fotógrafos, Thaislaine (10) foi minha guia no território de sua casa-vida e, como uma professora, me ensinou sobre a relação de sua família e comunidade com a vazante do Rio São Francisco. Rio que vem secando continuadamente, como a menina não pôde deixar de notar. Do pouco que sua curta vida já havia testemunhado, ela já podia constatar as mudanças: me apontou o Velho Chico, lá ao longe, a dezenas de metros de distância, e me disse que ele outrora bateria cá nos nossos pés. A vida aqui acontece junto com a vida do Rio e isso não é diferente para as crianças.
Saída da escola. Correria.
A alegria presente nos rostos, corpos e movimentos das crianças não faz jus à realidade desigual em que sua escola se encontra. Uma única professora lecionando para oito alunos, de quatro séries diferentes, na mesma sala, ao mesmo tempo. É certo que a educação do campo tem suas especificidades, mas nenhuma delas inclui a precarização do professor e do ensino dessa forma. Segundo a professora, inclusive, a turma sequer estava com todos os seus estudantes presentes. Muitos não comparecem devido ao serviço precário do transporte escolar.
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